Desde cedo, aprendemos que temos que ser bonzinhos para com todos, praticar só o bem e buscarmos a perfeição para sermos amados e aceitos. Desde muito cedo, recebemos a mensagem clara ou subentendida de que não podemos decepcionar quem amamos, pois o castigo será terrível: não gostarão mais de nós. E ai de nós, se nossos desejos forem diferentes, se tivermos limitações que impedirem de corresponder ao que planejaram para nossas vidas... Desde crianças nos ensinam a só mostrar nosso lado "fada", aquele que nos torna servis e disponíveis para o desejo do outro, aquele que abdica de si mesmo para que o outro alcance o que aspira. E, assim, pela vida a fora, tal aprendizado nos é cobrado, gerando um conflito interno, parceiro da culpa e de uma rejeição pelo que somos. Em dado momento da vida, se você não se tornar auto-didata em dar voz ao seu lado "bruxa(o)", aquele que está atrofiado porque era feio e condenado desde a infância, aquele que faz parte de você e com quem você sempre travou uma luta de não aceitação por medo de ser rejeitado, você irá descobrir que não foi o dono real de sua história de vida, que não viveu realmente, só sobreviveu. Numa cultura que idolatra o "belo", o "inteligente", o "vitorioso", o forte, só nos é autorizado praticamente a mostrar e a vivenciar nosso lado fada, um lado que considero incompleto e muitas vezes utópico, perfeccionista, de uma exagerada auto-cobrança, que nos afasta de nós mesmos e do amor que precisamos nutrir. Ao contrário de uma visão tradicional, vejo o lado bruxa de cada um como sendo aquele que o torna mais humano e compreensível com as falhas da vida. O contrário de uma visão tradicional, vejo o lado bruxa de cada um como sendo aquele que o torna mais humano e compreensível com as falhas da vida. Enquanto que a fada vive de encantos luminosos, a bruxa faz uso da terra e do que nela existe, mesmo que aparentemente seja feio. Imaginar a vida como um conto de fadas, onde sem "varinha de condão" não resolveremos nossos problemas e não venceremos os obstáculos, é algo fantasioso e desgastante. A riqueza de sermos o que somos e que nos faz ser únicos resulta da união de tudo aquilo que habita dentro de nós e, principalmente, do acolhimento de nossas facetas consideradas "estranhas", diferentes ou inadequadas pelos demais. Embora não tenham nos ensinado, "usar a vassoura" para eliminar o que diversas vezes nos atrapalha, como o que os outros esperam ou pensam de nós e construir nosso próprio caldeirão de valores e crenças, será a grande mágica da vida de quem sabe que é humano e se aceita como é.
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sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Desde cedo, aprendemos que temos que ser bonzinhos para com todos, praticar só o bem e buscarmos a perfeição para sermos amados e aceitos. Desde muito cedo, recebemos a mensagem clara ou subentendida de que não podemos decepcionar quem amamos, pois o castigo será terrível: não gostarão mais de nós. E ai de nós, se nossos desejos forem diferentes, se tivermos limitações que impedirem de corresponder ao que planejaram para nossas vidas... Desde crianças nos ensinam a só mostrar nosso lado "fada", aquele que nos torna servis e disponíveis para o desejo do outro, aquele que abdica de si mesmo para que o outro alcance o que aspira. E, assim, pela vida a fora, tal aprendizado nos é cobrado, gerando um conflito interno, parceiro da culpa e de uma rejeição pelo que somos. Em dado momento da vida, se você não se tornar auto-didata em dar voz ao seu lado "bruxa(o)", aquele que está atrofiado porque era feio e condenado desde a infância, aquele que faz parte de você e com quem você sempre travou uma luta de não aceitação por medo de ser rejeitado, você irá descobrir que não foi o dono real de sua história de vida, que não viveu realmente, só sobreviveu. Numa cultura que idolatra o "belo", o "inteligente", o "vitorioso", o forte, só nos é autorizado praticamente a mostrar e a vivenciar nosso lado fada, um lado que considero incompleto e muitas vezes utópico, perfeccionista, de uma exagerada auto-cobrança, que nos afasta de nós mesmos e do amor que precisamos nutrir. Ao contrário de uma visão tradicional, vejo o lado bruxa de cada um como sendo aquele que o torna mais humano e compreensível com as falhas da vida. O contrário de uma visão tradicional, vejo o lado bruxa de cada um como sendo aquele que o torna mais humano e compreensível com as falhas da vida. Enquanto que a fada vive de encantos luminosos, a bruxa faz uso da terra e do que nela existe, mesmo que aparentemente seja feio. Imaginar a vida como um conto de fadas, onde sem "varinha de condão" não resolveremos nossos problemas e não venceremos os obstáculos, é algo fantasioso e desgastante. A riqueza de sermos o que somos e que nos faz ser únicos resulta da união de tudo aquilo que habita dentro de nós e, principalmente, do acolhimento de nossas facetas consideradas "estranhas", diferentes ou inadequadas pelos demais. Embora não tenham nos ensinado, "usar a vassoura" para eliminar o que diversas vezes nos atrapalha, como o que os outros esperam ou pensam de nós e construir nosso próprio caldeirão de valores e crenças, será a grande mágica da vida de quem sabe que é humano e se aceita como é.
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